Aqui na Alemanha as mulheres fazem tudo em uma casa, mesmo as que tem dinheiro não contratam sequer faxineira, só em casos excepcionais, de doenças etc, que dirá empregada. A cultura é rígida nesse assunto e essa rigidez nos assustou. Chega a ser um absurdo uma família pensar em ter uma empregada. Só milionários e as vezes nem eles. Antes era mais comum a mulher ficar em casa e o homem trabalhar fora. Era algo natural na vida dos alemães, cada qual com sua função. A mulher com os filhos e a casa e o homem lá fora no mercado de trabalho trazendo o sustento. Esse cenário mudou nas ultimas décadas. Hoje há muito mais mulheres no mercado de trabalho, mas elas passaram a ter dupla jornada, emprego e casa. Os homens ajudam, mas não tanto quanto seria necessário para diminuir a sobrecarga das mulheres. Eu diria que os homens aqui ajudam mais que os brasileiros e menos que os americanos.
Aqui na nossa região de Westerwald o cenário é diferente dos grandes centros. Aqui é região rural, cidade e vilas pequenas. As mulheres em sua maioria ainda ficam em casa, e são verdadeiras rainhas do lar. Quando trabalham só o fazem quando os filhos tem 3 anos e vão para a creche e mesmo assim tentam trabalho de meio expediente e se isso não é possível, deixam as crianças com os avós, nunca com babas.
Bem, eu entrei nesse cenário. Absorvemos totalmente a cultura porque concordamos com ela. Ficar em casa com a minha bebezinha foi a melhor coisa do mundo para mim. Eu não me incomodei de pegar pesado na casa e absorvi isso como a maioria das mulheres absorvem seus empregos e cuidam dos negócios dos outros: como meu trabalho. Só que eu cuido do meu negócio mais importante, minha família, meu lar. E acho que me sai bem. Pela manha a rotina é a casa e a cozinha e a tarde as crianças e a roupa. E acreditem: minha casa esta Perfekt. Sempre limpa e organizada. Mas passei a ficar muito perfeccionista e temer que minha casa não fosse tão organizada e limpa como a das alemãs. Eu não queria ser diferente delas. Só depois de quase um ano admitimos que eu não dava conta de tudo e que meus filhos poderiam sofrer e passamos a enxergar que para manter a casa sempre perfeita sem ajuda e com dois filhos pequenos é uma luta injusta e desigual, em especial para uma brasileira. Aprendemos a lição: Aceitar nossas origens, a forma que fomos criados.
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