segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Todo mundo e igual quando sente dor



Isso nao e bem verdade nao. A forma e ate mesmo a intensidade da dor varia de pessoa e de cultura. Eu vejo aqui criancas aguentarem dores imensas sem fazer um barulho de choro. Fico impressionada. Mas e verdade que na hora da dificuldade somos todos parecidos, independente de origem cultural, nacao, religiao, na hora do aperto, ficamos apertados e ponto. Somos meros humanos. Fragilizados pela situacao.

Estou eu num posto de gasolina, esperando meu marido, quando me deparo com uma cena que acreditei ate entao so passar comigo. Uma jovem alema, bem alema mesmo, tenta por diversas vezes abrir aquela abertura de colocar gasolina do seu carro e nao consegue. Ela gira e gira e sem exito passa a ficar nervosa. Vai e volta ao carro, e de repente pega o celular e ja comeca a chorar. Eu, ali como telespectadora, parecia ver a mim mesma e pensei : gente, elas tambem nao conseguem, ficam abatidas e choram diante deuma situacao dessa. E mais: pedem socorro pelo celular. Igual a mim que tudo corre para o maridinho... Esse meu pensamento deve se ao fato de eu ter ate entao acreditado que as alemas sacam tudo de carro, ja nascem prontas e sao tao independentes e fortes que nao passam por situacoes daquela que eu passei algumas vezes. Claro, porque no posto de gasolina nao ha aquees rapazinhos simpaticos dos postos do Brasil para ajudar as senhoritas e seus carros. Foi bom saber que eu nao sou tao fora da realidade.
Normalmente aqui na Alemanha nao se ajuda alguem a nao ser se pedem. Mas eu nao aguentei. Segui meu coracao e sai do meu carro e fui ajudar a menina. Posso tentar? eu disse , a que ela respondeu se justificando e chorando : sim, e....que.... e um carro bem novo...bem novo para mim...
ai eu respondi com empatia  ja terminando de abrir : e que eu ja passei por isso, tambem quando adquiri meu carro, por isso sei.
E mostrei a ela como eu havia aberto. Ela agradeceu e eu a tranquilizei que ja havia passado por isso varias vezes.
 ahhhhh gente ao ver aquela menina com lagrimas nos ohos me deu vontade de dar um abraco, acalentar. Tadinha... No Brasil eu faria isso. Mas aqui so disse bitte shon e sai.

Mas..quando eu volto para o meu carro com a sensacao de ter ajudado e tambem de ver que sou igual a toda mulher por aqui.. la estava o meu marido e solta umbalde frio  quando eu disse que ela passara o q ue eu passei tantas vezes :  ah, mas voce viu como ela e uma adolescente? Deve ser o primeiro carro dela, deve ter uns 16 anos.

toimmmmmm, ou seja, eu nao sou igual as mulheres da minha idade que entendem tudo de seus carros ,mas igual a uma adolescente iniciante.
Tudo bem, nobre leitor. Ser estrangeiro e assim. Primeiro voce fala que nem um recem nascido, balbuciando, depois seu alemao atinge uma crianca de 4 anos e de repente voce descobre que seus conhecimentos sobre carro estao no nivel da adolescente. E uma maravilha, e como nascer de novo, uma nova vida!!!!!!!

4 comentários:

  1. Olá! Estou fazendo um estudo (voluntário e particular) sobre várias culturas com seus valores e deficiências. Gostei muito do seu relato e exposições sobre o que tem vivido na Alemanha. Ao ler esse, transitei emocionalmente do riso ao enternecimento. Muito legal! Gostei do seu comentário enaltecendo a simpatia e ajuda dos frentistas nos postos de gasolina no Brasil. Frase sua: "porque no posto de gasolina não há aqueles rapazinhos simpáticos dos postos do Brasil". Nem bem entramos com o carro nos postos e eles vêm amáveis e solícitos perguntando quando de combustível queremos colocar, se tem água no depósito do radiador, etc. E eu penso que o seu gesto foi muito bonito: fosse a moça adolescente ou adulta, como ser humano ela se viu diante de uma dificuldade e você se dispôs a ajudá-la. Ê brasileira! Generosa e muito amável. Lindo isso! Parabéns por ter ido socorrê-la e pelo blog. Estou gostando! Um abraço!

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  2. Faço das palavras acima as minhas e gostaria de saber notícias, desejando um Feliz Natal e ótima passagem de ano! Bjs

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  3. Olá Rejane,

    meu nome é Paula, moro na Alemanha há 5 anos e agora estou me mudando para a região de Westerwald e procurei na internet por brasileiros na região, chegando ao seu blog.

    Se você ainda morar na região e quiser entrar em contato, estarei aguardando. Como ainda não conheço ninguém por lá, seria bom iniciar contatos. Gostei muito do seu blog e me identifiquei com algumas coisas, como as casas de madeira que vc mostra num post. Estamos nos mudando para Westerwald justamente por isso: encontramos uma casa de madeira dos sonhos exatamente como a das fotos...

    Bom, é isso. Boa noite pra vc e um abraço,

    Paula

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